I
Seja
um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir! |
II
Se
é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer! |
Liberdade!
Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz! |
Liberdade!
Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz! |
Nós
nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, avante, da Pátria no altar! |
Do
Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos! |
Liberdade!
Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz! |
Liberdade!
Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz! |